Ricardo Rodrigues

Dilma afasta ministros e ganha popularidade

“Crise em ministérios não altera aprovação de Dilma”. A manchete da Folha/UOL sobre o desempenho da nossa primeira presidenta, medido pela pesquisa DataFolha, após sete meses de governo, mostra que a limpeza feita por ela na equipe foi uma medida profilática e como tal só contribuiu para melhorar ainda mais sua imagem frente ao povo.

Com atitudes firmes, coerentes e rápidas, ao demitir três ministros em seis meses – média de um a cada 60 dias – ela deu uma demonstração inequívoca de que quem manda no governo é ela. Além disso, deixou claro que não vai tolerar gatunagem. Quem se meter em maracutaia vai ter que arcar com as consequências. Dilma não é de fazer vistas grossas, nem de passar a mão por cima, coadunando com quem se mete em ilicitudes.

Não foi à toa que coube a ela resgatar a imagem do governo Lula, quando os petistas chafurdavam na lama do mensalão e entravam pelo cano do ‘valerioduto’. Foi exatamente naquele momento, em junho de 2005, a menos de seis meses de governo, que o presidente Lula escalou Dilma para assumir o lugar de Zé Dirceu, no comando da Casa Civil. Na época, ela vinha fazendo um bom trabalho no Ministério das Minas e Energias.

Precisando de uma pessoa de confiança, com um perfil político arejado e uma conduta ilibada, o presidente Lula foi buscar em Dilma a saída para a crise. Foi ela que deu uma arrumada na casa, quando o governo do amigo estava atolado num mar de lama até a tampa. A corrupção corria solta, aparecia petistas com dólares até nas cuecas. Caia o irmão do Genoino. Mimos para o Silvinho e mordomias para Delúbio.

Foi preciso muita faxina, até mesmo dentro do próprio gabinete, para Dilma ir limpando a imagem de Lula frente ao povo e aos formadores de opinião, apesar das investidas perniciosas da mídia, sempre na contramão, sempre investindo no quanto pior melhor. Para ela, claro. Para os tubarões da grande imprensa. A atual presidenta só cegou ao poder porque teve personalidade, pulso firme, inteligência e espírito revolucionário.

Discreta, trabalhando em silêncio e articulando as forças políticas emergentes, Dilma foi costurando a reeleição de Lula de dentro da Casa Civil, na ante-sala do poder. Ao dar ao chefe um segundo mandato, ela se habilitou como sua natural sucessora. Só aí caiu a ficha da grande mídia, que até então não acreditava na sua candidatura, muito menos na sua vitória. Alguns órgãos da imprensa a tinha como uma azarona, enquanto se esforçavam para inflar o pastel de vento Zé Serra. Coisas da mídia paulista: bairristas e preconceituosas. Os nordestinos que o digam. Luiz Erundina comeu o pão que o diabo amassou com a perseguição implacável da mídia paulistana. Já Maluf, nem tanto.

Portanto, não estou aqui passando um cheque em branco ou dizendo que a camarada Dilma é santa. Não existe santo em política; muito menos santa. Nesse meio, só sobrevive cobra-criado, gente com experiência suficiente para dar nó em pingo d’água e beliscão em azulejo. Ou seria ‘brancolejo’, com diria o folclórico Mossoró, nosso ‘Pai Veio’, dono do puteiro mais famoso de Maceió, imortalizado numa canção homérica de Martinho da Vila.

Dilma não é afeita a fuleragem. Até porque já pegou em armas para combater à Ditadura Militar. Por isso, boto fé nela, embora não tenha ilusão nenhuma nesse sistema e muito menos em seus representantes legais. Até o momento, pelo menos isso é o que mostra a pesquisa do DataFolha, nossa presidente vem segurando a peteca, não deixou influenciar pela turma do deixa disso, para ver no que vai dar. Tem cortado na carne, o mau pela raiz.

É assim que se faz ‘Dil Maquinista’, melhorando a vida do brasileiro menos favorecido, nossa primeira presidenta mantém o País nos trilhos, com destino ao progresso, avançando rumo ao futuro e consolidado a vocação do Brasil como celeiro do mundo.

Em tempo: Segundo a pesquisa, realizada entre os dias 2 e 5 de agosto, o governo Dilma é considerado ótimo ou bom por 48% dos brasileiros com 16 anos ou mais. De acordo com o DataFolha, é um índice similar ao verificado em levantamentos feitos nos meses de junho (49%) e março (47%) passados.

Por Ricardo Rodrigues.

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