Walter

Os princípios etílicos do boêmio

O verdadeiro boêmio não bebe para esquecer, mas, vez e quando, bebe a memória.

O verdadeiro boêmio não é um bêbado contumaz, não bebe para se embriagar, mas para venerar a noite e as suas benesses.

O verdadeiro boêmio não é só aquele que dá de bom grado a gorjeta ao garçom, mas aquele que também o presenteia com um bom disco de Noel, Vinícius ou outros tais.
O verdadeiro boêmio tem cadeira cativa em todos os botecos onde se faz indispensável e desejado.

O verdadeiro boêmio não tolera bate-boca nem disse me disse. Ele pode até beber fiado, mas se abstém de conversa fiada.

O verdadeiro boêmio não senta à mesa cuja principal iguaria é a vida alheia, mas lhe cai bem banalizar os canalhas e velhacos que usurpam o país e se aproveitam da embriaguez política do seu povo.

O verdadeiro boêmio nem sempre canta ou toca qualquer instrumento, mas sabe como ninguém interpretar a beleza nostálgica de um Tango para Tereza.

O verdadeiro boêmio não é um “malandro”, mas um idolatra que celebra a vida e ressuscita, a cada golada de pinga, cerveja ou uísque, uma boa sacada de igual boêmio como Mário Lago: “Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagar o arco-íris”.

O verdadeiro boêmio não polemiza com os que se dizem donos da verdade, simplesmente porque ele não cobiça ter 51% das ações de soberba nenhuma.

O verdadeiro boêmio pode até esquecer a primeira namorada, jamais a “saideira”.

Este Blog é independente, todo conteúdo é de responsabilidade do seu idealizador.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *