Ricardo Rodrigues

Credor das Letras sabia das coisas

Há dois anos perdíamos o empresário paulista Antônio Carlos Santos Morais – um dos credores das Letras Financeiras do Estado de Alagoas, nos anos 90.

Ele faleceu na madrugada do dia 22/05/2013, no Instituto do Coração de São Paulo (Incor), onde se encontrava hospitalizado há algum tempo. O enterro dele foi realizado no Cemitério da Lapa (SP), no dia seguinte.

Carla Morais, filha do empresário, naquela ocasião, enviou-me um e-mail comunicando o passamento do pai. Fui, durante muitos anos, amigo do Antônio Morais. Ele era uma excelente fonte, além de um grande cidadão. Corajoso e justo.

Seu principal feito político foi a denúncia contra o governo Ronaldo Lessa, em 2016, na Procuradoria Geral da República, sobre o desvio de R$ 500 milhões arrecadados na renegociação das Letras do Tesouro Estadual, em 2002.

Apesar da Polícia Federal de Alagoas ter constatado as irregularidades, o Caso das Letras até hoje não foi julgado. Dormita nas gavetas do Judiciário e do Ministério Público Federal, enquanto os envolvidos na fraude continuam impunes.

Uma das coisas que aprendi com o empresário Antônio Morais foi desconfiar dos políticos, principalmente daqueles com discurso fácil, pomposo e progressista.

Foi ele quem me disse pela primeira vez o seguinte: se a PF quiser prender os políticos e empresários mais corruptos do Brasil basta prender os doleiros, entre eles Alberto Youssef, principal delator da ‘Operação Lava-Jato’.

Morais sabia das coisas, afinal foi dono de corretora, atuou no mercado financeiro e foi diretor da Dívida Pública do Estado de São Paulo, nos governos de Paulo Egídio, Franco Montoro, Paulo Maluf e Mário Covas.

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