Aylton

Rei, um grande amigo

Rei, um grande amigo
Já contei esta história faz algum tempo, volto a escrevê-la de novo com detalhes que tinha esquecido:
Vinha eu de Paripueira para Maceió depois de dois dias intensos de carnaval quando em Ipioca seguia um caminhão em minha frente e pela bagagem notava-se que era de mudança (tinha guarda-roupa, geladeira, fogão, sofás, colchão…).
Eis que de repente aconteceu uma maldade sem limites: Alguém jogou lá de cima da carroceria um cachorro no asfalto. O coitado estatelou-se no chão e mesmo ferido, sangrando e com uma das patas machucada, ainda por instinto e fidelidade correu atrás do caminhão por uns cem metros e não agüentando-se de dor tombou de lado e ficou com o olhar perdido no horizonte.
Aí eu parei o carro e fui verificar se havia morrido. Estava vivo. Era vira-lata, estava tão fraco que não tinha força de latir. Apenas ouvia-se uma espécie de gemido (pela dor e talvez, quem sabe, pelo abandono cruel, desumano).
Então chamei uma pessoa de uma casa bem simples de beira de estrada e pedi que me ajudasse a cuidar do animal. Tiramos da pista, demos um banho e aí é que verificamos a gravidade do problema. Que foi resolvido.
Fiz um acordo. Dei cem reais à pessoa para que comprasse remédio e ração e que dentro de alguns dias eu voltaria ao local para pegá-lo de volta e também pagar mais um “courinho” pela assistência.
Assim foi feito. Num dia de sábado (quase um mês depois) parti pra lá. E não é que tomei um susto. O danado estava firme, forte e serelepe. Interessante é que ele fez a maior “Festa” quando me avistou. Deve ter guardado em sua memória (se é que cachorro tem) a minha imagem, ou o cheiro de meu corpo com seu olfato muito apurado, desde aquele momento que lhe prestei socorro. Coisas da natureza.
O cachorro, igual à musica do Roberto Carlos, me sorriu latindo…
Quando disse que ia trazê-lo para Maceió foi um chororô daqueles. As crianças se apegaram ao animal. Era a alegria dos meninos de dia e à noite tomava “conta” da casa.
Desisti da idéia. Dei mais alguns trocados que tinha prometido. Na saída foi que me lembrei de perguntar qual foi o nome que deram a ele.
Seu Sebastião, o dono da casa (com mulher e quatro filhos me respondeu): Rei, agora aqui em casa quem “manda” é ele!

(amigos, de hoje até o dia 10/01 não escreverei a coluna Aylton Nunes. No lugar colocarei algumas "historinhas" que publiquei no jornal Extra e por onde passei.
É claro que se houver algum acontecimento relevante/revelante, darei mniha opinião.
Até lá!)
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